Por Alexandre Cappelli e Fabiano Niederauer
Mestres de cerimônias da pista de dança, os DJs e seus repertórios musicais são responsáveis pelo termômetro da badalação. Mas, quais os desafios que enfrentam ao comandar a diversão do grande dia? Neste espaço, através de um bate-papo empolgante entre os mais renomados profissionais do ramo, você vai ficar por dentro da trajetória, histórias e músicas que marcaram época, além das tendências e novas tecnologias que vem deixando as pistas cada vez mais hi tech.
Vou começar me apresentando: Meu nome é Alexandre Cappelli e há mais de trinta anos exatamente em 08.12.1978, iniciei minha carreira como DJ. Minha escola musical começou na primeira metade da década de 70. Eu era apenas um adolescente, quando passava minhas tardes ouvindo Rock and Roll. Beatles, Wings, Deep Purple, Led Zeppelin, Bachman-Turner, Kiss, Yes, Rolling Stones, Creedence, entre tantas outras bandas me inspiravam aos poucos e ampliavam meu gosto pelo universo da música.
Com o passar do tempo e, seguindo as mudanças sociais que aconteciam ao redor do mundo, veio a chamada “era Disco”. Eu tinha 17 anos e vi surgir a febre das discotecas, embaladas por nomes como Telma Houston, Donna Summer, Gloria Gaynor, Elton John, Chic, Village People, Bee Gees, Earth, Wind and Fire, entre outros. Nossa! Era um turbilhão avassalador de informações, tão forte e dominante que resiste facilmente até hoje.
Entusiasmado e sofrendo todas as influências possíveis e imagináveis deste período, em 1978, comecei de fato minha carreira. Desde o início me dediquei às festas sociais e particulares, o que me deixou, ao longo do tempo, extremamente especializado nessa área. Eu definitivamente nadei contra a maré. Na década de 70 e início dos anos 80, todos os DJs queriam tocar em discotecas, nada mais obvio, era o que havia de mídia na época, todo mundo se lembra do Studio 54 em Nova Iorque.
Atualmente sou um dos raríssimos DJ´s do ramo remanescente daquela época. Vi o tempo passar e sempre tentei me atualizar, personalizando cada evento de acordo com o tema. A exemplo disto, tive o privilégio de ter comandado as pistas de eventos como o da Vila Olímpica, dos Jogos Panamericanos do Rio de Janeiro em 2007, de ter sido o DJ oficial da delegação brasileira em Mônaco, quando das comemorações dos 700 anos do principado; de ter sido o DJ do programa Planeta Xuxa, da Rede Globo, de ter dividido o palco com Capital Inicial, Paralamas do Sucesso, Jota Quest e Titãs como DJ oficial o National HOG Rally, da Harley-Davidson, no Brasil; de ter tocado na festa de encerramento da temporada de apresentações espetáculo Saltimbanco, do Cirque Du Soleil e, ainda, de ter acumulado em toda a carreira oito festas de premiação da música brasileira (5 Prêmios Sharp, 1 Caras e 2 Tim), além de inúmeros prêmios conquistados.
Enquanto tudo isso acontecia pude ver o ramo de casamentos tomar um rumo sem volta em relação a produção das festas. O som que era feito com orquestras, pianistas e tecladistas, foi se transformando no que é hoje. DJs e grandes bandas se apresentando em recepções - não raro juntos – onde antes eram apenas aceitos repertórios de músicas clássica, instrumental e MPB. Assim surgiu a idéia de escrever essa coluna sobre o som das festas e festas de casamento. Foi quando, conversando com meu amigo Fabiano Niederauer, propus mostrar aos leitores da revista Inesquecível Casamento, como se constrói uma carreira neste segmento, através de um bate-papo com colegas também DJs e músicos. A resposta me entusiasmou ainda mais: “Será um imenso prazer abrir um espaço como estes na revista, afinal, uma das características da Inesquecível Casamento é prover conteúdos cada vez mais informativos, que ajudem as noivas na produção do casamento. Com essa idéia elas terão a oportunidade de conhecer um pouco não só do seu trabalho, mas também os principais DJ´s do ramo. Mostrar a evolução das pistas de dança nos casamentos é uma forma diferente e romântica de mostrar o quão importante é a música numa celebração como esta”, disse Fabiano.
Durante minha trajetória aprendi com grandes nomes, que ousaram se reformular para acompanhar o mercado, e com outros mais jovens e muito talentosos. Em Songbook, todos terão a chance de, através de histórias e casos reais, demonstrar como as festas de casamento se transformaram. Em ordem cronológica, pretendo dar espaço a todos que de alguma forma transformaram as pistas de dança das festas de casamento, afinal, tudo isso na verdade é um conjunto de ideias e vontades que juntos, entre um evento e outro, fomos criando.
Aguardem. No próximo número você irá conhecer um pouco do Elvert Brandão.
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